No dia 1º de janeiro a Igreja celebra a solenidade de Maria com o título de Mãe de Deus.
Mãe de Deus é um dos dogmas marianos que foi proclamado de maneira solene pela Igreja no ano de 431 d.C.
O título Mãe de Deus não começou a ser usado a partir do século V. Na verdade, os cristãos católicos, desde o primeiro século, já reconheciam e chamavam Maria como Mãe de Deus, já devotavam a Maria o título de Mãe de Deus, no entanto, a definição dogmática da Igreja só aconteceu no ano de 431 d.C.
E há como provar que nos séculos anteriores à declaração do dogma a Igreja já reconhecia Maria com o título de Mãe de Deus?
Sim!
Na antiguidade havia basicamente 3 formas de escrita, uma escrita era chamada de cuneiforme, era uma escrita muito difícil, que acontecia no barro, então, imagina você conservar algo que fora escrito no barro, mas era uma das formas de escrita.
A segunda forma de escrita, também essa da época de Jesus e de uma época até posterior a Jesus é o papiro. O papiro era a casca da arvore que era retirada, tratada a parte interna e se escrevia nessa parte interna, mas o papiro também tinha um problema, ele era quebradiço e de quando em quando se perdia alguma coisa que estava escrito no papiro.
E a terceira forma mais desenvolvida que eles tinham na antiguidade era o pergaminho. Pergaminho era a pele do animal que era retirada, tratada internamente e se escrevia na parte interna.
E como se conservava o pergaminho?
O pergaminho se conservava enrolando o pergaminho.
Tem um evangelho que nos conta que Jesus entrou na sinagoga e fez o seguinte:
“Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. E quando desenrolou o livro, achou o lugar onde estava escrito:” Lucas 4, 17
Então concluímos que o livro estava escrito no material do pergaminho. Se Ele desenrolou o livro e as três formas de escrita eram essas, estava, portanto, escrito em um pergaminho.
A descoberta da mais antiga oração da Santa Maria Mãe de Deus
No ano de 1927, aconteceu uma descoberta, no Egito, mais precisamente no Cairo, encontrou-se um fragmento de papiro, pois então já se sabia que ele era muito antigo pela técnica que se usava. Em teste realizado, a avaliação da época descobriu-se que aquele papiro era no máximo entre o ano de 200 a 250 da era Cristã.
Foi encontrado uma oração neste papiro que recebeu o nome de “Sub tuum praesidium” (À vossa proteção) e dizia assim:
À vossa proteção recorremos
Santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as nossas súplicas
em nossas necessidades,
mas livrai-nos sempre
de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita!
Com essa descoberta, vemos que pelo menos dois séculos antes da proclamação do dogma que aconteceu em Éfeso, hoje atual Turquia, a Igreja já reconhecia por meio da sua fé e da sua celebração, Maria como Mãe de Deus.
Portanto, o que a Igreja definiu no século V não foi uma devoção nova, uma verdade nova, apenas a Igreja deu a “chancela” daquilo que a Igreja já celebrava e acreditava.
O dogma de Maria Mãe Deus é oficialmente celebrado na Igreja desde o ano de 431.
No dia 1º de janeiro é celebrado pela Igreja Católica um fato de uma criatura, porque é isso que Nossa Senhora é.
Nossa Senhora é uma criatura e nós celebramos o fato de uma criatura ter dado a luz ao criador, do Deus eterno ter assumido no ventre de Nossa Senhora a nossa natureza humana, então, quando a Igreja proclama Maria como Mãe de Deus, a Igreja crê, professa, testemunha e ensina que Maria é Mãe de Deus.
Não foi Maria, nem ela e nem ninguém poderia fazer isso que fez com que Deus existisse, obviamente que não, não faz o menor sentido isso, mas o fato é que a segunda pessoa da Santíssima Trindade, que é Deus, desde toda a eternidade, é no ventre de Nossa Senhora que Ele assume a nossa natureza humana, que o Deus invisível se faz visível, que o Deus que é eterno entrou na temporalidade do homem.
Ao celebrar este dogma, nós estamos celebrando algo que toca a nossa vida de fé, a nossa devoção a Nossa Senhora, e é por isso que quando nós rezamos a oração da Ave Maria, nós pronunciamos “Santa Maria Mãe de Deus rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”.