A Igreja Católica celebra no primeiro domingo do ano a liturgia chamada de Epifania do Senhor.
A palavra Epifania é uma palavra de origem grega e traduzindo para nossa língua significa manifestação.
E que manifestação é essa que nós estamos celebrando?
A manifestação que nós estamos celebrando é de caráter religioso e tem o mesmo significado que revelação.
Então, o que a Igreja celebra no dia da Epifania do Senhor é o fato da revelação divina, da manifestação de Deus que se mostra ao mundo inteiro, Deus que se dá a conhecer.
Mas na verdade, Deus se dá a conhecer já por meio de sua obra, a Obra da Criação. Na Obra da Criação Deus já se revela.
Então, se Deus se manifesta pela Obra da Criação, Deus se manifesta e se revela de forma ainda mais clara por uma outra obra, chamada de Obra da Salvação.
A Obra da Salvação são todas as etapas pelas quais Deus vai se dando a conhecer. Ele fez isso, por exemplo, por meio de Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Ele também se revelou por meio dos juízes, mais tarde Ele também se revelou por meio dos profetas, até que “chegou a plenitude do tempo” Gl 4,4, quando Deus se revela não mais por meio de um mensageiro, de um profeta, quando é Ele próprio que vem revelar para nós a sua face, o seu amor.
E quem é que faz isso?
É o próprio Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade é exatamente o que se celebra no Natal. O que nós celebramos no Natal é a segunda pessoa da Santíssima Trindade que assumiu a nossa natureza humana, portanto, o ápice da revelação de Deus, se deu com a encarnação do verbo, Jesus Cristo. Jesus é o ponto mais alto da revelação que Deus faz a humanidade.
Por que Deus se revela ao homem?
Se Deus é Santo e nós somos pecadores, então Deus se revela para mostrar o seu amor, a sua misericórdia, a sua bondade, para mostrar ao homem o caminho da vida eterna, da salvação.
Não há outro caminho fora de Deus para a Salvação que possa angariar para o homem a vida eterna, porque quem nos alcançou a vida eterna foi Jesus Cristo, foi Ele que ofereceu o seu sacrifício e refez a obra da criação que estava marcada pelo pecado dos primeiros pais, unindo de novo os homens à Deus.
E nesse ato de unir de novo o homem à Deus surge a palavra religião, porque religião significa “ligar de novo” e quem liga de novo, quem refaz o caminho entre Deus e os homens é Jesus Cristo. Ele é o redentor, Ele é o Salvador.
O que é celebrado na liturgia da Epifania do Senhor?
A liturgia da Epifania do Senhor celebra a manifestação de Deus que revela o seu amor, a sua luz, que quer iluminar a todo homem e toda mulher.
Podemos então entender que é assim a nossa vida quando nós nos encontramos com Deus e abrimos nosso coração para Ele.
Quando nós vamos ao encontra dEle, nós nos deparamos com a luz. Quando saímos da escuridão nós vemos o Senhor, somos capazes de contemplar o Senhor em nossa vida.
O evangelho de Mateus 2, 2 nos diz que os magos viram a estrela no oriente e foram atrás do Rei para adorá-lo, mas será que essa estrela que brilhou no céu, brilhou apenas para três homens ou brilhou para todos?
Brilhou para todos.
Mas aqueles três homens foram capazes de perceber aquela luz que brilhava, aquela estrela que brilhava e então foram ao encontro daquela luz.
Com toda certeza, a estrela queria iluminar a todos os homens, queria mostrar a todos os homens o caminho de Jesus, queria mostrar a todos o caminho da salvação.
Mas nem todos reconheceram aquela luz, e a Luz é Jesus.
O evangelho de São João vai dizer: “E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.” João 1, 5, com esta passagem nós podemos lamentar pelos muitos irmãos que continuam a negar o amor de Jesus, que ainda desconhecem a luz que é Jesus Cristo.
Ele se manifestou no passado, e continua a se revelar no presente de nossas vidas, quer seja pela Sua Palavra, quer seja na pessoa do irmão, no enfermo ou na Eucaristia.
Por fim, o evangelho da liturgia da Epifania do Senhor vai nos dizer: “Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, os Reis Magos retornaram para a sua terra, passando por outro caminho.” Mateus 2, 12.
Quem se encontra com Jesus não anda mais nas trevas, anda na luz da Salvação.
Que Deus nos dê a graça de caminharmos sempre nessa Luz, sem jamais dela nos afastar, para que hoje, contemplando pela fé, possamos um dia contemplar face a face a Luz do Mundo.
