Oração a São Bento

Oração a São Bento de Nursia

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Ó glorioso Patriarca São Bento,
Que vos mostrastes sempre compassivo com os necessitados,
Fazei que, também nós,
Recorrendo à vossa poderosa intercessão,
Obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições.

Que nas famílias reine a paz e a tranquilidade;
Afastem-se todas as desgraças,
Tanto corporais como espirituais,
Especialmente o pecado.

Alcançai do Senhor a graça que vos suplicamos,
Obtendo-nos finalmente que,
Ao terminar nossa vista neste vale de lágrimas,
Possamos louvar a Deus.

Amém!

História e Vida de São Bento

São Bento nasceu no ano de 480 d.C., em Núrsia, uma comuna italiana na região da Úmbria. Foi um homem de vida venerável e desde muito jovem já possuía um coração maduro a ponto de nenhuma luxúria possuir seu coração.

Realizou diversas obras as quais foram relatadas por São Gregório Magno, seu biógrafo e primeiro monge a ser eleito Papa, registrando em seu livro todos os fatos que ouviu e pesquisou durante sua vida sobre São Bento.

Ainda muito jovem, aos 13 anos, Bento partiu para Roma e, já com pouca idade, tinha maturidade para observar a vida social superficial que existia naquele lugar e perceber que aquilo era o que ele menos queria.

Foi então que Bento teve coragem de deixar a escola e sair de Roma a pé em busca de um local isolado, renunciando os bens e a proteção de sua família.

Bento passou a buscar inspiração em contato com a natureza, com os estudos profundos e na convivência com pessoas simples. Abriu mão de qualquer conforto material que pudesse tirá-lo do caminho de seus objetivos.

A viagem de saída de Roma foi acompanhada de sua fiel ama, que cuidava-o desde seu nascimento e não permitiu que ele partisse sozinho.

Após alguns dias de caminhada, chegaram a uma aldeia chamada Effide (hoje conhecida pelo nome de Affile) na região de Lácio, na Itália, se hospedaram na casa de pessoas caridosas e foi neste lugar que aconteceu o primeiro milagre de São Bento.

O primeiro milagre de São Bento

Certo dia, sua ama pediu emprestado aos vizinhos um crivo, uma espécie de vasilha de barro com furos utilizada para limpar o trigo e outros cereais. Por um descuido de sua ama, o crivo caiu e quebrou, a mulher começou a chorar muito. Emocionado com o sofrimento da ama, Bento pegou os cacos da vasilha, fechou os olhos e, em lágrimas, rezou sobre ele. Quando abriu os olhos, o crivo estava como novo, inteiro e sem nenhum sinal de que tivesse sido quebrado.

Não demorou para que os habitantes da região tivessem conhecimento do milagre e, então, penduraram o vaso restaurado na porta da igreja São Pedro Apóstolo para que todos tivessem conhecimento do poder da do jovem Bento.

A vida de São Bento como eremita na gruta por 3 anos

Aos 20 anos, Bento decidiu se isolar em uma gruta pequena e de difícil acesso nas encostas do Monte Taleo, em Subiaco, na Itália. No caminho encontrou um velho chamado Romano (São Romão) a quem partilhou seus planos. Romano prometeu orientá-lo e guardar segredo sobre o seu isolamento. Foi Romano quem lhe emprestou livros preciosos e lhe deu um velho traje monástico negro, cor que Bento usou por toda vida e seus discípulos adotaram.

Enquanto Bento estava na gruta, de tempos em tempos Romano o levava um pedaço de pão, porém não havia caminho entre o mosteiro de Romano e a gruta, pois havia uma encosta rochosa que impossibilitava o caminho pelo alto. Romano descia o pão pela corda com um sino na ponta para Bento ouvir o sinal de que o pão estava a sua espera.

Após 3 anos levando uma vida como eremita, somente orando, lendo, meditando e exercitando dons espirituais, Bento foi descoberto por pastores que estavam atrás de cabras perdidas. Os pastores foram atraídos pelo seu ar bondoso e inteligente e passaram a visita-lo para lhe pedir conselhos e orações.

Aos poucos a notícia se espalhou de que naquela gruta vivia um homem santo e sábio e jovens de toda região convertiam-se e queriam seguir seu exemplo. Foi então que Bento chegou a conclusão, com sinais do céu e de fé que seu período de reclusão chegava ao fim.

A primeira tentativa de assassinato contra São Bento

Próximo a gruta onde São Bento estava recluso havia o Convento de São Cosimato, onde, recentemente, o dirigente do convento havia morrido. Devido a sua fama ter se espalhado pelos arredores da cidade, a comunidade lhe pediu para que assumisse a direção do convento. São Bento por um bom tempo recusou o convite, pois sabia da diferença de costumes que eram diferenças em relação aqueles irmãos, mas, depois de muito insistência, São Bento aceitou o convite.

Estando na direção do Convento de São Cosimato, São Bento pode comprovar sua intuição, os monges que lá habitavam estavam furiosos com a disciplina que foi imposta por São Bento e não aceitavam abandonar uma vida desregrada a qual estavam acostumados.

Por fim, os monges viram que teriam que meditar coisas novas e abandonar costumes ruins, e, então, se reunirão e planejaram o assassinato de São Bento. Colocaram um veneno em seu vinho e, como era de costume, apresentaram a bebida para ser abençoada. São Bento estendeu a mão, fez o sinal da Cruz e a vasilha estalou e partiu em pedaços e, então, São Bento percebeu imediatamente o que havia acontecido.

São Bento levantou-se e com mente tranquila disse aos irmãos: “Deus tenha compaixão de vocês irmãos porque fizeram isso, antes de aceitar o convite, eu avisei muitas vezes que os meus costumes não se harmonizariam com os de vocês, procure um líder que combine com o seu jeito de viver, a partir de agora acabou a minha responsabilidade com essa casa”.

O Retorno de São Bento para Subiaco

Após deixar o Convento de São Cosimato, São Bento volta para Subiaco onde é recebido por jovens cheios de energia e fé, entre os jovens estavam os futuros santos Plácido e Mauro.

Resolveram então migrar para a região de Nápoles, onde, com muito esforço e apoio da comunidade, constroem seu primeiro mosteiro aos pés do Monte Cassino. A intenção de Bento era fazer desse mosteiro um modelo para o ocidente. Ele estudou a fundo os regulamentos dos mosteiros orientais, trouxe o que havia de melhor e adaptou o restante ao espírito romano.

Muitos discípulos apareceram e, sem ter lugar para todos, Bento fundou 12 pequenos mosteiros tendo como lema sua frase: Ora Et Labora (Orar e Trabalhar).

A segunda tentativa de assassinato contra São Bento

O trabalho exemplar que Bento realizava causava inveja a Florêncio, um sacerdote da região. Florêncio tentava impedir que as pessoas o procurassem, até que no ano de 529 d.C., motivado por uma inveja descontrolada, Florêncio presenteia São Bento com um pão envenenado, mas, Bento, como sempre iluminado, prontamente percebe a má intenção de Florêncio.

São Bento ordenou a um corvo, que tinha costume de se alimentar em suas mãos, que levasse o pão envenenado para longe. O corvo expressou medo, mas obedeceu às ordens de São Bento e horas depois voltou são e salvo.  

São Bento era incapaz de desejar o mal a qualquer um e também não desejou a quem tentou matá-lo, considerou o ocorrido como um sinal de Deus e sentiu que deveria se afastar da multidão para ampliar seus serviços.

O Mosteiro de Monte Cassino

Mosteiro de Monte Cassino

Aos 50 anos São Bento vai morar no alto do monte, onde começa a construção do Mosteiro de Monte Cassino, vindo a se tornar o centro propulsor da mensagem Beneditina, sob o emblema da Cruz e do Arado, a partir daí, começou a se expandir, de forma impressionante, a proposta de São Bento.

Adotando as mesmas regras para as mulheres, sua irmã gêmea, Santa Escolástica, deu origem a ordem das Monjas Beneditinas.

Graças a vida simples de São Bento, salvaram-se da destruição e do esquecimento os tesouros milenares da cultura, da arte, da literatura e da ciência.

Os regulamentos estabelecidos por São Bento para seus mosteiros tiveram grande eficácia e fizeram com que eles fossem adotados por quase todas as demais ordens religiosas. Ele escreveu a partir do ano de 534 d.C., para que fosse executado de forma fácil, os 73 capítulos da regra dos mosteiros: equilibrada, moderada e sensata. Essas regras são seguidas até os dias atuais.

São Bento tinha uma vida repleta de acontecimentos extraordinários, por muitas vezes, ele livrou a si mesmo, monges e pessoas do povo, da influência de espíritos malignos e por isso é visto como um poderoso exorcista. São Bento tinha também os dons da visão a distância, da leitura de pensamento e previsão do futuro.

Muitas profecias foram feitas por São Bento, inclusive sobre a destruição do Mosteiro de Monte Cassino, inicialmente pelos lombardos e muito tempo depois na 2ª Guerra Mundial.

Os monges conseguiram salvar as principais relíquias históricas e mais tarde reconstruíram o Mosteiro de Monte Cassino exatamente como original.

Atualmente, existem mais de 1.200 mosteiros beneditinos em todo mundo seguindo a mesma regra estabelecida por São Bento.

São Bento morreu em 21 de março de 547 d.C., aos 67 anos, 42 dias depois da irmã Santa Escolástica, confirmando uma de suas profecias e deixando um imenso legado para a humanidade.

Oração da Medalha de São Bento

A medalha tem na frente a imagem de São Bento trazendo nas mãos uma cruz e um livro aberto com a frase: “sejamos protegidos pela sua presença na hora de nossa morte”, no verso há uma imagem da cruz e as letras iniciais da poderosa oração que você está convidado a rezar:

A Cruz sagrada seja a minha Luz.
Não seja o dragão o meu guia.
Retira-te satanás.
Nunca me aconselhe coisas vãs.
É do mal o que tu me oferece.
Bebe tu mesmo do teu veneno.

Durante muito tempo, muitos cristãos tem usado a medalha de São Bento na luta espiritual contra as forças malignas.

A existência da medalha de São Bento foi tida como um mito por mais de mil anos, até que no ano 1647 ela foi redescoberta nas paredes da antiquíssima abadia beneditina de São Miguel, na Alemanha, onde estava oculta a séculos, cuidadosamente entalhada na parede, a medalha-crucifixo trazia um resumo feito com as iniciais das palavras de uma oração que ninguém conhecia.

Examinando os livros do mosteiro, os estudiosos encontraram uma ilustração de 1415 na qual São Bento aparecia segurando uma cruz e uma flâmula e continha exatamente a oração da medalha.

Os versos são considerados uma forma de exorcismo, um pedido de proteção contra as tentações e maus pensamentos, e se tornaram famosos com o nome de Vade Retro Satana.