O domingo de Páscoa que nós celebramos é um momento em que marcamos o grande fundamento da nossa vida cristã.
Tudo que pensamos da nossa vida cristã, só tem razão de ser por causa do domingo de Páscoa.
As nossas orações, devoções, sacrifícios, as eucaristias que recebemos, as confissões fazemos, nada disso teria o menor valor se não fosse o fundamento que nós celebramos no domingo de Páscoa.
No domingo de Páscoa a Igreja Católica celebra Jesus de Nazaré, o crucificado que ressuscitou conforme as escrituras.
Diante de nossos olhos está o maior fato da nossa vida cristã, mas não diante dos olhos da carne, porque nós estamos a muitos e muitos anos, cronologicamente falando, distanciados da época de Jesus, mas diante dos olhos da fé nós comtemplamos a ressureição do Senhor, a vitória de Jesus Cristo.
A ressurreição de Jesus não é uma fábula, uma ficção, a ressurreição do Senhor Jesus é um fato histórico, um fato que muda a história do mundo. Sem esse fato, ou seja, sem a ressurreição de Jesus, sem Sua vitória sobre a morte, São Paulo dizia assim: “E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a nossa fé” 1 Coríntios 15, 14.
O fundamento da nossa esperança, da nossa fé, é o que nós celebramos no domingo de Páscoa.
Se Cristo não tivesse ressuscitado, tudo o que nós fazemos na sua vida religiosa não teria o menor significado e o menor sentido.
Nós hoje temos diante de nossos olhos, aquilo que dá razão a nossa esperança, aquilo que dá razão a nossa fé, o núcleo de nossa vida é exatamente essa expressão: “Cristo ressuscitou para sempre!“.
Se nós observarmos a história da salvação, iremos perceber que a história da Páscoa é o coroamento, a consumação, a conclusão da história da salvação.
História da salvação teve início na obra da criação que Deus fez, se desenvolveu quando Deus disse para Abraão: “Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra” Genesis 22, 18.
A história da salvação teve várias etapas sucessivas onde Deus queria encontrar-se com os homens através dos profetas, dos patriarcas, dos anciãos, dos anos que foram se passando e Deus se revelava, mas o ponto mais alto desse encontro está exatamente no que celebramos no Domingo de Páscoa, quando nós celebramos a aliança definitiva que Deus faz conosco.
Podemos nos lembrar que ao longo da história da salvação Deus foi fazendo alianças com os homens e as mulheres, e todas essas alianças eram marcadas pelo sangue do cordeiro, um cordeiro que se pegava do rebanho de Israel, se sacrificava e se colocava o sangue daquele cordeiro como sinal daquela aliança.
Todas essas alianças foram apenas indicativos de uma aliança eterna, de uma aliança definitiva que Deus também faria conosco através do cordeiro, mas não mais do cordeiro do rebanho, mas do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Jesus Cristo.
É em Jesus Cristo que a aliança definitiva é feita conosco, essa aliança é nova, e ao mesmo tempo essa aliança é definitiva, é eterna e quem faz essa aliança conosco é Jesus Cristo.
A Páscoa é quando nós celebramos essa aliança, é quando nós agradecemos a Deus esse grande dom que Ele nos trouxe que foi a vida eterna no nome do seu filho Jesus.
São Paulo explica de forma muito interessante na Sagrada Escritura, ele faz um paralelo entre as alianças antigas e a nova aliança, e nos lembra que “criar” significa “dar vida” e Deus fez várias alianças com o homem, mas o homem, por causa do pecado, rompia aliança, desfazia aliança, não cumpria a aliança, então Deus resolveu recriar o homem, e Deus recria o homem no mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A nova aliança é marcada pela graça. Eis, portanto, o que nós celebramos na Páscoa: uma nova criação, uma criação no nome de Jesus, uma criação que todos nós somos chamados a tomar parte.
Há uma passagem na sagrada escritura quando as mulheres vão até o túmulo para procurar Jesus, não O encontram e um anjo as recebeu no túmulo dizendo assim: ”Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui.” Marcos 16, 6
A Páscoa é a celebração de uma nova aliança, de uma nova criação, do sepulcro vazio, da vitória de Cristo sobre o pecado que vence a morte e que ressuscita para sempre.
Por enquanto, nós vivemos tudo isso pela nossa fé, mas um dia, assim está escrito na Sagrada Escritura: “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” 1 Coríntios 1, 9. Nada é comparado com aquilo que Deus nos dará no final da nossa vida terrena.
Que a ressureição do Senhor seja a grande força da nossa vida, que nenhuma dor nos tire do caminho de Deus, que nenhum sofrimento e nenhuma tristeza faça com que nós desanimemos na nossa caminhada, pois nós não confiamos na força dos nossos braços, nós confiamos nAquele que venceu a morte, que ressuscitou para sempre e que nos chama a vida eterna.
“E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele.” Romanos 6, 8
